Foram escritas, assim como todos os textos populares da época,
1. Cantiga de Maldizer - A de maldizer eram sátiras diretas, citando o nome da pessoa ironizada, com temas que abordavam o adultério e os amores interesseiros ou ilícitos. Satirizam de forma direta, com palavras ofensivas, muitas vezes de baixo calão, nomeando claramente a pessoa atingida, embora tal distinção nem sempre seja muito clara.
Rei queimado morreu con amor
Em seus cantares por Santa Maria
por ua dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque lh'ela non quis [o] benfazer
fez-s'el en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!...
2. Cantiga de Escárnio - eram sátiras indiretas, que procuravam satirizar com ironia, ambigüidade. Por temática, ambas ironizam comportamentos individuais ou de um determinado grupo social, como religiosos que se entregam a práticas sexuais, homossexuais, mulheres feias, etc. Têm por objetivo desnudar a sociedade da época, denunciando o que subjaz em suas margens, conteúdo que se mantém fora dos textos “oficiais” das cantigas de amor e amigo. São burlas versificadas, dirigidas a pessoas individuais ou a grupos sociais sobre assuntos diversos.
Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!...
Byzinho мαяι ツ
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